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Em primeiro discurso, Papa Leão XIV prega paz, agradece Francisco e defende Igreja aberta ao diálogo

Primeiro pontífice norte-americano destacou a importância do clero estar perto do povo


Foto: Vatican Media

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O cardeal Robert Francis Prevost foi apresentado nesta quinta-feira (8) como novo papa da Igreja Católica. Ele escolheu o nome Leão XIV e, aos 69 anos, se tornou o primeiro pontífice norte-americano da história.

O anúncio foi feito da varanda central da Basílica de São Pedro, logo após a fumaça branca surgir na Capela Sistina por volta das 13h10 (horário de Brasília). Em seu primeiro discurso ao mundo, com duração longa de 15 minutos, Leão XIV enfatizou a necessidade da paz global e o papel da Igreja como construtora de pontes por meio do diálogo. "Que essa saudação de paz alcance vocês, suas famílias, todos os povos, em toda a terra", declarou o papa, logo no início da fala.

O novo líder católico demonstrou gratidão ao antecessor, Papa Francisco, citando seu legado de coragem e simplicidade. Ele também reafirmou o compromisso com uma Igreja próxima do povo, que acolhe e caminha junto.

"O mundo precisa da luz de Cristo. Ajudem-nos a construir pontes com o diálogo e o encontro. Queremos ser uma Igreja sinodal, que avança unida, sempre em busca da paz e da caridade", afirmou Leão XIV.

Antes de concluir com uma oração, o papa ainda saudou os fiéis de Chiclayo, no Peru, onde atuou como bispo, e reforçou o desejo de liderar uma Igreja missionária, aberta e comprometida com o amor ao próximo.

De missionário agostiniano ao trono de Pedro


Primeiro papa da Ordem de Santo Agostinho e segundo pontífice americano após Francisco, Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito como novo líder da Igreja Católica. Diferente do antecessor argentino, Prevost é natural do norte do continente. Nasceu em 14 de setembro de 1955 em Chicago, no estado de Illinois (EUA), em uma família de raízes multiculturais — o pai, Louis Marius Prevost, tinha ascendência francesa e italiana; a mãe, Mildred Martínez, origem espanhola.

Ele cresceu ao lado dos irmãos Louis Martín e John Joseph.

Desde cedo demonstrou vocação religiosa. Estudou em seminários agostinianos e concluiu a graduação em Matemática e Filosofia na Villanova University, na Pensilvânia, em 1977. No mesmo ano, ingressou oficialmente no noviciado agostiniano, fazendo os primeiros votos em 1978 e os votos solenes em 1981.

Já com formação teológica em Chicago, foi enviado a Roma para se especializar em Direito Canônico na Universidade de Santo Tomás de Aquino, o Angelicum. Foi ordenado sacerdote em 1982, em Roma.

Obteve a licenciatura em Direito Canônico dois anos depois e defendeu doutorado em 1987. Ainda no período de formação, viveu experiências missionárias intensas no Peru, onde se envolveu em atividades pastorais e educacionais em regiões pobres de Trujillo e Chulucanas. Lá, foi formador, pároco e professor por mais de uma década.

Em 1999, foi eleito prior provincial da Província Agostiniana de Chicago. Apenas dois anos depois, em 2001, assumiu o cargo mais alto da Ordem de Santo Agostinho: o de prior geral, cargo em que foi reconduzido em 2007, liderando a ordem por 12 anos.

Após seu retorno aos Estados Unidos, ocupou funções de liderança na sua província até 2014, quando foi nomeado administrador apostólico da diocese peruana de Chiclayo, já com dignidade episcopal. Sua ordenação episcopal ocorreu em dezembro daquele ano.

Como bispo, destacou-se também na Conferência Episcopal Peruana, sendo eleito vice-presidente em 2018 e integrando comissões ligadas à cultura, educação e economia. Nos anos seguintes, passou a ser presença frequente nos organismos da Santa Sé.

Foi nomeado membro da Congregação para o Clero e, em 2020, também passou a compor a Congregação para os Bispos. Em paralelo, assumiu provisoriamente a administração da diocese de Callao.

Em 2023, foi chamado definitivamente ao Vaticano pelo papa Francisco para chefiar o Dicastério para os Bispos, órgão responsável pela nomeação episcopal no mundo todo. Também foi nomeado presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina e recebeu o título de arcebispo.

No Consistório de setembro daquele ano, foi criado cardeal e recebeu o diaconato de Santa Mônica. Pouco depois, participou ativamente das sessões do Sínodo da Sinodalidade, representando setores estratégicos da Cúria.

No decorrer do ano de 2023, passou a integrar diversos outros dicastérios e comissões importantes da Santa Sé, como os dedicados à Evangelização, à Doutrina da Fé, às Igrejas Orientais e ao Clero. Em fevereiro de 2025, foi promovido à ordem dos bispos, recebendo o título da Igreja Suburbicária de Albano.

Um dos gestos mais simbólicos de sua atuação recente foi a presidência de um rosário público pela saúde do papa Francisco, durante a hospitalização do pontífice em março, na Praça São Pedro. Agora, com a eleição como Leão XIV, Prevost assume oficialmente o pontificado e entra para a história como o primeiro papa agostiniano e o novo rosto da Igreja Católica.

Redação Catve.com

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